quarta-feira, 14 de março de 2007






Matéria Econômica

Petrobrás compra a Ipiranga e Rio Grande do Sul sente-se ameaçado

A Petrobras, o Grupo Ultra e a Braskem anunciaram nesta segunda-feira acordo para a aquisição dos negócios do Grupo Ipiranga por US$ 4 bilhões. O negócio é um dos maiores de todos os tempos do setor petroquímico e de distribuição de combustíveis brasileiro.
A operação deve estar concluída até o quarto trimestre deste ano. Pelo acordo, o grupo Ultra ficará com a rede de distribuição de combustíveis da Ipiranga nas regiões Sul e Sudeste. Já a Petrobrás fica com a parte do grupo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. O grupo Ultra vai continuar operando com a marca Ipiranga, mas a Petrobrás só poderá utilizar o nome Ipiranga por até cinco anos, enquanto substitui gradualmente os postos pela sua marca, a BR.

O Grupo Ipiranga opera nos setores de refino de petróleo, petroquímico e de distribuição de combustível.

E o Rio Grande do Sul?


Já o controle da Refinaria Ipiranga no Rio Grande do Sul será dividido em partes iguais pela Petrobras, Grupo Ultra e Brasken, que se comprometeram em manter as atividades. " É a maior negociação entre grupos privados da história do Estado" comemorou uma fonte ligada ao negócio. Procurados, integrantes do grupo de executivos e acionistas da Ipiranga ou não foram localizados ou se recusaram a comentar o negócio.
Há pelo menos cinco anos circulavam rumores sobre a venda de parte ou da totalidade da Ipiranga. Justamente nos últimos meses, com a melhora dos resultados do grupo, os boatos haviam diminuído. No entanto, foi exatamente essa circunstância que acabou vencendo as resistências de alguns sócios da Ipiranga.


Fruto do investimento de cinco famílias, o grupo com berço no Rio Grande do Sul tinha pelo menos 65 herdeiros - alguns falam em mais de 80. Essa era uma das dificuldades para manter o negócio nas mãos das famílias.


O que os gaúchos esperam, é que a "nossa" Ipiranga não vire as costas ao estado que a acolheu, em Uruguaiana, em Rio Grande e em todo solo gaúcho que a viu crescer. Os gaúchos esperam que a venda de mais um de seus frutos, venha a trazer sérias mudanças, mas para o crescimento econômico do estado, que ainda cata as peças de um passado glorioso de indústrias e empresas que, ao longo dos anos, foram perdendo seu brilho e sua força, para outras potências mais fortes.

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